Sexismo, machismo e assédio moral são empecilhos para ascensão na carreira federal
- Redação
- 28 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
O estudo encomendado pelo Movimento Pessoas à Frente ouviu 70 servidoras públicas em cargos de chefia

A pesquisa "Mulheres em cargos de liderança no Executivo federal: reconhecendo desafios e identificando caminhos para igualdade" apresenta os principais desafios enfrentados pelas mulheres em cargos de chefia no âmbito federal. Sexismo no ambiente de trabalho e estrutura machista são empecilhos para ascensão na carreira federal, segundo 64,2% das entrevistadas.
45,7% das entrevistadas apontaram desrespeito no trato, incluindo o assédio moral, como entrave na ascensão profissional; 71,4% declararam a dificuldade de conciliação da carreira com o trabalho de cuidado e a maternidade; E o maior percentual, sendo de 72,8%, ficou com a cobrança excessiva e expectativa de excelência nos trabalhos realizados por elas.

O problema da equidade de gênero ainda é pouco discutido e não há políticas públicas que garantem a participação igualitária. Para Jessika Moreira, diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, as decisões devem ser tomadas com base nas reais necessidades do cidadão "Precisamos de um funcionalismo que espelhe verdadeiramente as características de nossa população, para que as decisões sejam tomadas de acordo com as reais necessidades dos cidadãos e cidadãs. Só com uma burocracia representativa será possível entregar os melhores serviços a todos os brasileiros”.
ascensão na carreira
O estudo também aborda quais os fatores considerados relevantes para a ascensão na carreira segundo a visão das mulheres líderes. De acordo com o gráfico abaixo, 91,4% das respondentes afirmam que o acúmulo de conhecimento técnico e produtividade é primordial para o crescimento na carreira. Com 85,7% das respostas, o conhecido "Capital Social" vem em segundo lugar como fator para ascensão.

“O conhecimento técnico e a capacidade de se relacionar e de construir redes interpessoais se tornam aliados fundamentais para a ascensão de mulheres a cargos de liderança, mesmo que os desafios como sobrecarga, exigências, estrutura machista e ambientes hostis não se mostrem superados”, diz Michelle Fernandez, professora do Instituto de Ciência Política da UnB e coordenadora da pesquisa.
O Brasil ocupa o último lugar (15º) no ranking de participação feminina em cargos de liderança na América Latina, segundo um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) de 2022.
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