Demissão em massa: tudo o que se sabe sobre o corte de funcionários da Meta
- Administradores
- 10 de fev.
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Atualizado: 12 de fev.
Apesar dos cortes e da busca por maior eficiência, a Meta enfrenta desafios para manter sua posição competitiva

A Meta deu início a uma nova rodada de demissões, eliminando cerca de 5% de sua força de trabalho global. A medida, que pode resultar na dispensa de quase 4.000 funcionários, faz parte da estratégia da empresa para reduzir custos e aumentar os investimentos em inteligência artificial (IA), setor que tem se tornado prioritário para as gigantes da tecnologia.
Uma nova onda de cortes no setor de tecnologia
Desde o início da pandemia, grandes empresas do setor de tecnologia expandiram suas equipes de maneira acelerada, mas nos últimos anos têm revertido essa tendência em busca de maior eficiência. Microsoft, Amazon e Salesforce já anunciaram cortes semelhantes, e a Meta vem liderando esse movimento desde 2023, quando o CEO Mark Zuckerberg declarou que aquele seria o “ano da eficiência”.
O mercado financeiro tem recompensado essa abordagem. Desde o início de 2023, as ações da Meta dispararam, adicionando mais de US$ 1 trilhão ao valor de mercado da empresa. No entanto, manter essa valorização exige novos cortes para equilibrar os gastos com infraestrutura e desenvolvimento de IA, área onde a Meta busca alcançar seus concorrentes.
Clima de tensão entre funcionários
Embora os cortes sejam justificados como parte de uma reorganização baseada em desempenho, muitos funcionários relatam um ambiente de trabalho cada vez mais tenso. Alguns empregados afirmam que a estratégia de Zuckerberg está gerando medo e autocensura dentro da empresa. “Ele está criando uma cultura onde você precisa ser leal a ele, ou será dispensado”, disse um funcionário. Outro comparou o ambiente na Meta a um romance de George Orwell, destacando a falta de transparência sobre as demissões.
Além do impacto psicológico, alguns funcionários temem que os cortes prejudiquem suas carreiras. “Agora, as pessoas terão que voltar ao mercado de trabalho com um rótulo injusto de baixo desempenho, o que pode afetar suas chances de conseguir novas oportunidades”, afirmou outro empregado.
Como os cortes estão sendo feitos
A Meta estruturou as demissões com base em um novo sistema de avaliação de desempenho. Funcionários classificados nas duas piores categorias (“atendeu parcialmente” e “não atendeu” às expectativas) estão sendo priorizados para desligamento. Segundo documentos internos, os gerentes são instruídos a identificar de 12% a 15% dos funcionários para essas categorias, com o objetivo de atingir um corte total de pelo menos 10% da equipe.
Os funcionários afetados estão sendo notificados por e-mail e perdem acesso aos sistemas da empresa em até uma hora após o comunicado. O processo ocorre em etapas, começando pela região da Ásia-Pacífico, seguida pela Europa, Oriente Médio e África, e finalizando nas Américas. No entanto, países como Alemanha, França, Itália e Holanda têm leis trabalhistas mais rígidas, o que impede a Meta de aplicar essa estratégia nessas localidades.
Nos Estados Unidos, a empresa está oferecendo pacotes de demissão que incluem 16 semanas de salário, mais duas semanas adicionais por ano de serviço.
Reestruturação interna e desafios futuros
Além das demissões, a Meta está promovendo uma reorganização estrutural. As equipes do Facebook e Messenger estão sendo unificadas sob a liderança de Tom Alison, enquanto a executiva Loredana Crisan está migrando para o grupo de IA generativa.
Outro ponto de mudança envolve a divisão Reality Labs, responsável pelos projetos de realidade virtual e metaverso. A unidade acumulou perdas de quase US$ 60 bilhões desde 2020 e agora será mais integrada ao restante da empresa, revertendo parte da estrutura criada em 2021.
Apesar dos cortes e da busca por maior eficiência, a Meta enfrenta desafios para manter sua posição competitiva. Os investimentos em IA são essenciais para a empresa, mas ao mesmo tempo exigem pesados gastos com infraestrutura. A dúvida agora é se a estratégia de Zuckerberg de enxugar a equipe para priorizar tecnologia será suficiente para manter o crescimento e a valorização da empresa no longo prazo.
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